- Guilherme Lopes Lacerda
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Predadores: A Obsessão - Capítulo 38
Bárbara e Dominique fazem novas descobertas sobre o território
No capítulo anterior de Predadores: A Obsessão, Nicolas e Fernando descobriram que o tempo no território passa de forma acelerada, com um segundo sendo equivalente a um dia.
Agora, Bárbara e Dominique continuam sua investigação, tentando descobrir como os diferentes cômodos se relacionam com o território.

Passaram por diversas salas sem conversar, apenas acenando e indicando os caminhos que tomariam. Quanto mais o silêncio perdurava, maior era a dificuldade em quebrá-lo, como se uma parede se erguesse entre as duas e a cada segundo uma camada extra de tijolos era adicionada.
Era diferente das mortes vistas em um curso de reciclagem que Bárbara fez ou das mortes que causaram em outro território. A rápida decomposição, como um vídeo tocando em velocidade aumentada, agia como um lembrete, uma visão do destino final de todos. Trazia um sentimento de iminência.
Depois de banheiros grandes demais, quartos sem cama e algumas cozinhas, chegaram a um corredor comprido. As portas deste lugar estavam todas concentradas na parede da direita, enquanto na esquerda não havia nada. Bárbara estava preparada para escolher uma porta e seguir como sempre, porém Dominique venceu a barreira de quietude entre as duas e disse:
— Essa sala é diferente, será que não conseguimos abrir uma saída nela?
Bárbara parou, fitando a parede sem portas. Não estava há tanto tempo sem falar, mas cada palavra pareceu arranhar a garganta.
— Será que vai funcionar? Não deu muito certo antes.
— Só seguir em frente não parece dar muito certo, também. — Dominique foi até a parede e colocou a mão nela. — E dessa vez vai ser você.
Arrastou os pés até aproximar-se de Dominique e apoiou-se na parede. Fechou os olhos com um suspiro e aguardou ouvir os passos da idosa se afastando para concentrar-se.
Abriu os olhos e focou-se no obstáculo à frente, sentindo o calor emitido pelas fendas em seu corpo. Como no hospital, precisava fazer uma explosão, porém em uma única direção desta vez. Raiva tomou conta de si, trazendo à tona outros sentimentos reprimidos. Ela era como uma bomba prestes a explodir e trazer o cataclisma ao que estivesse à sua frente. Podia muito bem abrir um rombo na parede se usasse tudo de si, mas como ficaria Dominique? Para onde a abertura levaria?
Não, faria algo menor, mais restrito. Algo que usasse apenas uma parte da energia rugindo em suas veias, diminuindo as chances de sucesso, sim, porém conservando para outro momento. Deixou apenas uma fração da energia escapar e fluir como líquido por suas mãos, estourando em direção à parede. A estrutura rachou, o dano espalhou-se pelo chão, criando fendas no piso que tomavam quase metade do corredor. No entanto, nenhum novo caminho se abriu.
Caiu sentada, sem força alguma nos joelhos. Ouviu um impacto à sua esquerda e viu Dominique com o braço revestido daquela armadura estranha encostado na parede.
— Mesmo rachado eu não consigo fazer nada! — A idosa deu outro soco, obtendo o mesmo resultado.
— Desculpe.
— Não se desculpe. — Dominique olhou na direção dela, a armadura se desfez como se fosse absorvida para o interior do braço. — Pelo menos sabemos que dá para conseguir, deve faltar um detalhe só.
Bárbara apoiou as mãos no chão e olhou para cima, notando pela primeira vez o visor que mostrava sol e lua, uma constante em todas as salas, de forma que nem prestavam mais atenção nele. Este, porém, parecia travado na imagem do sol e demorou quase um minuto até que a lua aparecesse.
— Estava assim quando entramos? — perguntou Bárbara.
— O quê? — Sua parceira olhou para cima. — Eu acho que não, difícil de lembrar.
— Será que tem algo que não estamos vendo? Sempre tem esse visor, e sempre ele alterna, ou alternava, rápido entre sol e lua.
— Pode ser… ou não. Lembra dos desenhos quando nos separamos? Não significavam nada, nunca mais os vimos.
— Mas a tela se repete sempre. Acho bom prestarmos bastante atenção nela daqui em diante. — Dito isso, Bárbara se levantou devagar. — Me sinto uma velha.
— Como? — Dominique a olhou de soslaio.
— Uma velha sem poderes de modificar seu corpo.
— Acho bom mesmo. — Ela deu uma risada. — Está bem para prosseguir?
— Sim, só um pouco dura.
Juntas, as duas escolheram uma porta para seguir adiante a abriram-na, deparando-se com um quarto. Um pequeno armário, uma cama de solteiro, uma escrivaninha com cadernos em cima e uma estante repleta de livros eram os móveis do local. A tela no teto se fazia presente como sempre, voltando a alternar rápido entre os astros, além disso, haviam quatro portas de saída no quarto.
Vasculharam o pequeno cômodo em busca de pistas ou direcionamentos, a começar pelos livros. A estante abrigava conteúdo de todo tipo, desde o didático, como matemática e história, até literário, indo desde os clássicos de Machado de Assis até livros de fantasia que Bárbara nunca tinha ouvido falar. As duas mulheres trocaram um olhar.
— Folhear as páginas? — perguntou Dominique.
— Exato.
Um por um, passaram por todos os livros, jogando na cama após a vistoria. A grande maioria estava em branco. Aqueles que continham algo escrito eram os didáticos, e eram somente anotações sobre o assunto do livro, resumos e indicativos de onde conseguir uma melhor explicação.
— Alguém estudava bastante — disse Dominique, virando de uma página cheia de escritos para outra.
— Até me faz lembrar de quando eu estudava para o vestibular. — Bárbara jogou um livro vazio de Clarice Lispector na cama. — Só que eu não estudava páginas em branco.
— O que você cursou mesmo?
— Ciências contábeis. — A jovem olhou para os cadernos na mesa. — Eu vou revirar aqueles ali, te aviso se achar algo.
Olhar os cadernos revelou apenas mais anotações de estudo, além de exercícios para cada matéria. Após algumas folhas, passou a ignorar o conteúdo escrito e avançou pelas páginas em busca de qualquer coisa que destoasse, fosse pela letra ou pela forma. Demorou três cadernos para encontrar algo: uma foto.
Bárbara cutucou a parceira.
— Olha aqui!
A imagem mostrava dois adolescentes lado a lado. Um era todo sorrisos, usando uma camiseta branca com uma prancha de surf estampada e uma calça jeans preta, possuía pele negra clara e seu cabelo era preto e encaracolado, descendo pelas laterais da cabeça até chegar aos ombros. O outro tinha um olhar sério e um sorriso que parecia forçado, os cabelos curtos e castanhos estavam penteados para o lado, as roupas limitavam-se a uma calça e camiseta pretas, contrastando com a pele pálida.
— Aquilo no fundo é o quê? — perguntou Dominique.
— O labirinto verde de Nova Petrópolis. — E, ao ver a cara de confusão da outra, Bárbara complementou: — Ponto turístico do estado.
Dominique assentiu, então colocou o dedo sobre a imagem do jovem sério.
— Não acha que parece o Nicolas?
Bárbara olhou com mais atenção. Tinha visto Nicolas sorrir apenas uma vez e fora bizarro, e naquele guri também estava estranho. Era mais alto que o outro, além de ser pálido como fantasma. Estavam imaginando coisas?
Ao virar a foto ao contrário, enxergou uma marcação com caneta permanente datando o evento: 10/2003. Era velha mesmo, mas talvez não tanto. Bárbara lembrou-se que nessa época estava na escola, também, apesar de que era mais jovem que os dois na foto.
— A data parece bater com a idade de Nicolas, ele tem quantos anos mesmo?
— Uns trinta? — arriscou Dominique. — Nunca perguntei.
Bárbara ficou mais algum tempo observando a imagem. Uma ideia se formava, algo que já desconfiava, até, apenas lhe faltavam provas.
— Tinha algo parecido no último, não? — perguntou ela.
— Como assim?
— Encontramos a foto de uma guria naquele quarto que o originador cuidava. Estava uma correria e por isso não deu tempo de raciocinar. Eu achei que era apenas a lógica do território, como Nicolas gosta de falar, não pensei que pudesse ser uma pessoa real. — Balançou a foto na mão. — Mas e se os originadores sempre forem relacionados a alguém?
— E está querendo dizer que o território que estamos agora tem relação com Nicolas?
— Isso! — Bárbara guardou a foto no bolso. — Temos que achar ele e levá-lo ao predador.
— Espera! Como vamos garantir que é realmente Nicolas? O garoto se parece se com ele, mas tem milhares de pessoas pálidas e sérias por aí. Além do mais, e se for o outro?
— Só perguntar, ué. Mostramos a foto, questionamos e decidimos o que fazer em seguida.
Dominique suspirou, os ombros murchando.
— Voltamos então à etapa de procurar os dois.
As duas continuaram a revirar cadernos e livros em busca de mais alguma informação acerca dos adolescentes, mas não encontraram nada. Por fim, escolheram uma porta e saíram do quarto.
O destino era um salão enorme, cheio de bancadas de computadores com divisórias entre cada máquina. Mouses, teclados e fones de ouvido com microfone serviam como periféricos, e as telas mostravam um programa de janela branca com um cronômetro no topo e uma mensagem escrita “Chamada recebida de” seguida de um número de celular. Um som baixo era emitido pelo fone de ouvido e, quando Bárbara o colocou, uma voz aguda e incessante martelou sua cabeça com diversas palavras ao mesmo tempo.
— Grande vida estranho produto quilograma pássaro horas empréstimo…
Com um grunhido, ela retirou os fones e os largou de volta na mesa.
— O que ouviu?
— Nada que preste, só um monte de coisa desconexa. — Olhou ao redor. — Deve ter uma centena de computadores aqui, vai ser um porre investigar tudo.
— Então é melhor sermos rápidas. — Dominique apontou para a outra ponta do salão. — Eu começo por lá.
Dominique se separou e Bárbara continuou a tarefa por onde estava. Passou por mais cinco ou seis computadores, todos sem nada importante ou relevante. A seta do mouse não se movia, o teclado parecia não funcionar, a tela mostrava sempre o mesmo programa e a voz saindo do fone formava frases ininteligíveis. Inclusive, a voz era o único fator que mudava em cada máquina, era sempre uma diferente.
Repetir a mesma verificação tornava tudo mais rápido e mecânico. Quando deu por conta, estava indo de uma divisória a outra em questão de segundos, até que ouviu o chamado de Dominique. Olhou por cima da tela e encontrou a idosa em frente a um computador, gesticulando para que Bárbara se aproximasse.
Chegando lá, viu no monitor um programa de anotações com fundo amarelo. Cada linha no programa continha uma mensagem diferente. “Não tenho medo da mudança, pois coisas boas se vão para que melhores possam vir”, “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”, “É necessário saber esperar porque até a mais bela das flores leva tempo para florescer”.
— Que isso? Mensagem de coach? — perguntou Bárbara.
— Olha aqui. — Dominique apontou para as frases mais embaixo.
Encontrou outro tipo de mensagem, desta vez com propósitos diferentes. “Por que tentar mais? Tentei de tudo e falhei”, “Não aguento mais este inferno. Queria que tudo acabasse”, “Vontade de botar fogo em toda essa merda e ir embora”, “Covarde demais para fazer qualquer coisa. Não consigo sair daqui e não consigo me matar”.
— O tom mudou bastante.
— E parece com o que uma pessoa de verdade poderia escrever, não? — disse Dominique.
— Achei que tu discordava de mim. — Bárbara franziu o cenho.
— Discordo da pessoa na foto ser Nicolas, mas sua teoria faz sentido. Quer dizer, sentido não, mas… Você entendeu.
— Entendi.
Ela moveu o mouse, mas a seta se manteve no mesmo lugar. Testou a tecla “Windows” e obteve uma reação. O menu abriu, mostrando apenas duas opções. Uma era o programa de anotações e a outra era uma agenda.
Moveu o mouse até o segundo e pela primeira vez o cursor respondeu, indo até onde Bárbara desejava. Abriu a agenda e se deparou com a rotina mais detalhada que vira na vida.
6h: Acordar
6h05: Se ajeitar
6h15: Tomar café da manhã
6h30: Sair para o trabalho
8h: Chegar no trabalho
12h: Almoçar
12h15: Assistir aulas
12h55: Escovar dentes
13h: Voltar ao trabalho
17h30: Sair do trabalho
19h30: Chegar em casa
19h40: Jantar
20h: Tomar banho
20h30: Escovar dentes
20h35: Estudar
22h: Dormir
Avançou a agenda em alguns dias e o detalhamento se mantinha no mesmo nível e sempre com as mesmas tarefas, com exceção de finais de semana e feriados, onde as partes de trabalho não estavam presentes, mas eram trocadas por tarefas de limpeza e cuidado da casa.
— Alguém gostava de rotinas — comentou Dominique.
— Ou odiava.
Tentar novos comandos no computador não resultou em nada e as duas se separaram mais uma vez. Depois de alguns minutos, encontraram-se no meio do salão sem ter descoberto nenhuma outra anormalidade nas máquinas. Escolheram uma porta e passaram por ela.
O próximo cômodo se resumia a uma sala comprida onde no lado esquerdo estava uma janela que cobria quase toda a extensão da parede, e no lado direito havia uma dúzia de portas para se escolher. O outro lado do vidro mostrava um espaço vazio por alguns metros, quase como se fosse o poço de luz em um condomínio, e no fim havia outra janela, mostrando uma sala similar.
Dominique não perdeu tempo, chegou perto da enorme janela e desferiu um soco, mas a estrutura não se abalou, sequer rachou.
— Nem vidro é quebrável nesse lugar. — Dominique suspirou. — De volta às portas, então?
Bárbara olhou para a dúzia de opções que tinham para escolher.
— Não aguento mais isso. Andamos e andamos e não chegamos a lugar algum!
— Descobrimos algumas coisas…
— E nem isso nos ajudou a navegar por esse lugar. — Bárbara olhou para Dominique com frustração no rosto. — Mesmo encontrando Nicolas, ainda precisamos sair.
— Ele pode ter descoberto uma maneira de sair.
Assim que Bárbara abriu a boca para contra-argumentar, viu movimentação na sala do outro lado da janela. Ela correu até o vidro e, notando que eram Nicolas e Fernando, começou a bater na janela. Dominique não demorou a entender o que se passava e logo estava balançando os braços.
Seja pelo estardalhaço ou não, os dois homens as perceberam e aproximaram-se da janela no outro cômodo. Nicolas colocou a mão no vidro e balançou a cabeça em negativa, enquanto isso, Fernando falava sem parar de gesticular, apontando na direção das duas mulheres. Seja lá o que estivessem conversando, Nicolas por fim pegou seu celular, escreveu algo e colocou a tela contra o vidro.
— Não consigo ler nada — disse Bárbara, semicerrando os olhos.
— Eu acho que consigo, me dê uns segundos — disse a idosa, fitando o aparelho ao longe. Após um tempo, disse: — “Precisamos nos apressar. O tempo passa mais rápido aqui. 1 segundo = 1 dia. Olhem o celular”.
Bárbara pegou seu celular pela primeira vez desde que entraram. A data mostrava um dia em Março de 2022. O coração acelerou, toda aquela investigação, todas as conversas que tiveram, tudo lhes custou preciosos dias. Como isso os afetaria ao sair do território? Se depararia com seu apartamento mais de três anos no futuro? Aliás, teria lugar para ficar? O proprietário já deveria ter jogado todos os seus pertences no lixo. Sentiu um aperto no peito ao pensar no destino de sua moto.
A voz de Dominique serviu para removê-la daquele estupor:
— “Não achamos uma lógica nas portas. Vamos tentar só portas que levem para frente ou para direita. Peguem para frente ou esquerda. Talvez isso nos conecte”.
— Não vai funcionar — disse Bárbara, não sem esperança, apenas encarando a realidade. — Aqui mesmo só tem portas no lado direito.
— Parece mais uma medida desesperada que um plano — sussurrou Dominique.
Sim, parecia. Não, era uma medida desesperada. Baixou o olhar para seus pés, sabendo que cada momento em que paravam lhes custava um tempo que não voltaria. Não havia planos ou saídas, seja por parte de Nicolas, Fernando ou Dominique. Sentiu o fogo em si querendo sair, mais fraco agora por ter sido usado antes. Se estavam sendo reprimidos por uma força tão grande, então Bárbara teria que se tornar algo que rivalizasse com o próprio tempo.
— Vamos quebrar o vidro — disse Bárbara, a voz exprimindo determinação enquanto olhava para Dominique.
— Tentamos lá atrás e não funcionou muito bem, além do mais…
— Vou fazer mais forte agora. — A jovem sinalizou para os homens afastarem-se da janela e então apoiou os dois braços no vidro. — Me acerte com toda a força.
— Tem certeza que… Não, esquece. Vamos fazer isso.
Dominique desferiu o primeiro soco, e foi como ser atingida por uma marreta. Bárbara arfou enquanto suprimia um grito de dor, mas então veio o segundo, e o terceiro. Cada um descia com uma força maior que o anterior e logo não conseguiu ter nenhuma reação que não fosse cerrar os dentes enquanto suportava o impacto em seu corpo. As rachaduras espalharam-se como nunca antes, sua própria visão parecia ter espaços em branco onde nada se via.
— Chega! — gritou Bárbara, mas pode ter sido um grunhido, era difícil de dizer.
Com o corpo no limite, focou suas forças em uma tarefa apenas: quebrar aquela janela. O inferno dentro de si rugia, era como se lava corresse por suas veias, procurando uma cratera pela qual pudesse escapar, causando destruição e caos na saída. Bárbara liberou a energia dentro de si e o que se seguiu não foi um estouro, mas o escorrimento de um líquido denso e vermelho pelas fendas de sua pele, movendo-se como um ser vivo até cobrir o vidro.
Ela não se surpreendeu, na verdade, até esperava isso. Aquele era seu sangue e sua raiva acumulada durante as últimas semanas. Não importava que tinham capturado Maurício ou o maluco do culto, nenhum dos dois foi o responsável pela morte de Igor. Não, o responsável estava mais adiante na jornada, e Bárbara não pararia até chegar em Magno.
Foi então que a explosão aconteceu. As janelas arrebentaram e espalharam cacos por toda a sala, até mesmo o marco da estrutura quebrou. Bárbara sorriu ao ver o caminho adiante aberto para ela e Dominique, até mesmo a janela do outro lado havia quebrado. Os dois homens surgiram em sua visão, Fernando com os olhos arregalados e Nicolas mantendo sua falta de expressão usual, mas algo lhe dizia que o homem estava satisfeito.
Tudo escureceu.
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